Porventura
haverá poucos “silêncios” que dizem e gritam tanto como aqueles
silêncios feitos do abandono, do ostracismo, do esquecimento …
O
esquecimento daqueles que estão demasiado longe dos centros de
decisão mas sobretudo do coração daqueles que normalmente estão
em cargos onde é premissa básica “deixar de lado e bem longe” o
“coração” …
Porventura
haverá poucos silêncios tão dolorosos como aqueles que nos
“ensurdecem” quando vislumbramos uma velha estação abandonada …
de onde os comboios já não chegam nem partem …
A
chamada “Linha da Lousã” é uma daqueles casos que permanece no
domínio da mais obscena falta de carácter e vontade política.
Cerca de 20 anos após o encerramento da Linha, e muitos estudos de
viabilização e sobretudo milhões gastos com esses estudos depois,
a mesma permanece tão abandonada como quando foi tomada a fatídica
e cega decisão de a encerrar … como foi feito com tantos milhares
de kms um pouco por todo o país mas sobretudo no país esquecido,
longe das grandes cidades, longe das urnas de voto … longe da
memória dos homens.
E
entretanto, só o silêncio continua a proferir a sua sentença … e
os anos passam, e os velhos “partem”, e com eles a memória dos
lugares …
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