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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Palácio de Cristal (Porto)



 Sendo um dos objectivos do projecto Porto de Encontros o resgatar de memórias (pessoais e colectivas) e a defesa incondicional do património histórico, cultural e ambiental da cidade do Porto (mas não só) torna-se incontornável resgatar a memória daquele que foi um dos maiores atentados ao património da cidade com a demolição do Palácio de Cristal (original). Nesse sentido o Palácio de Cristal "original" será também o nosso rosto no FB nos próximos meses. Infelizmente, parece que a tradição de devaste ao património se mantêm e continua pendente a ameaça aos jardins do palácio com um plano megalómano de construção de um Centro de Congressos (como não existissem centenas de edifícios degradados na cidade à espera de ser reabilitados). Por agora fica aqui um pouco de história. 

 

Palácio de Cristal (Porto)


 O Palácio de Cristal (18651951) foi um edifício que existiu no antigo campo da Torre da Marca, na freguesia de Massarelos, na cidade do Porto, em Portugal. Inaugurado em 1865, o Palácio de Cristal original acabou por ser demolido em 1951 para dar lugar ao Pavilhão dos Desportos, hoje Pavilhão Rosa Mota.
O Palácio de Cristal, da autoria do arquitecto inglês Thomas Dillen Jones, foi construído em granito, ferro e vidro, tendo o Crystal Palace londrino por modelo. Media 150 metros de comprimento por 72 metros de largura e era dividido em três naves.
A sua construção iniciou-se em 1861, sendo inaugurado em 18 de Setembro em 1865 pelo rei D. Luís.
Foi concebido para acolher a grande Exposição Internacional do Porto, organizada pela então Associação Industrial Portuense, hoje Associação Empresarial de Portugal. A Exposição Industrial, para além de contar com a visita oficial do rei D. Luís, de Dona Maria Pia e do príncipe herdeiro, contou ainda com 3.139 expositores, dos quais 499 franceses, 265 alemães, 107 britânicos, 89 belgas, 62 brasileiros, 24 espanhóis, 16 dinamarqueses e ainda representantes da Rússia, Holanda, Turquia, Estados Unidos e Japão.
Em 1933, o edifício e os respectivos jardins foram adquiridos pela Câmara Municipal do Porto.
Ao longo dos seus 86 anos de existência, o Palácio de Cristal acolheu muitas outras exposições, destacando-se a exposição das rosas, em 1879, a exposição agrícola, em 1903 e a Exposição Colonial, inaugurada em Junho de 1934. Desta última exposição sobrevive o Monumento ao Esforço Colonizador Português, actualmente colocado no topo oeste da Avenida do Marechal Gomes da Costa.
O Palácio de Cristal foi ainda um importante espaço de cultura, contendo um órgão de tubos que era dos maiores do mundo. Foi neste palácio que se realizaram importantes concertos do compositor Viana da Mota ou da virtuosa violoncelista Guilhermina Suggia.
O palácio foi destruído em 1951, tendo-se erguido no seu lugar uma nave de betão armado, a que foi dado o nome de Pavilhão dos Desportos, segundo projecto do Arquitecto José Carlos Loureiro e a pretexto do Campeonato Mundial de Hóquei em Patins. O edifício foi demolido em menos de um ano, sendo destruído à martelada o órgão de tubos. Devido à contestação popular à demolição, a designação Palácio de Cristal tem sobrevivido até aos nossos dias.

 

Jardins do Palácio de Cristal


Estes jardins românticos foram projectados na década de 1860 pelo paisagista alemão Émile David, para envolver o então Palácio de Cristal, substituído pelo Pavilhão Rosa Mota na década de 1950.
Os Jardins do Palácio de Cristal incluem o chamado Jardim Emílio David que possui belos exemplares de rododendros, camélias, araucárias, ginkgos e faias, para além de fontes e estátuas alegóricas às estações do ano.
A Avenida das Tílias constitui o eixo mais marcante deste parque e está ladeada pela Biblioteca Municipal Almeida Garrett (onde se situa a Galeria do Palácio), pela Concha Acústica e pela Capela de Carlos Alberto da Sardenha (edificada em 1849 pela princesa de Montléart). Perto situam-se um restaurante e uma esplanada com vista para o lago. Nesta avenida e noutros locais encontram-se estratégicos miradouros que proporcionam vistas panorâmicas do rio Douro e da cidade. É ao fundo desta avenida que encontramos a capela que a princesa de Montléart mandou erguer em homenagem ao seu irmão, o Rei Carlos Alberto.
Os jardins temáticos estão também representados, nomeadamente pelo Jardim das Plantas Aromáticas, o Jardim das Medicinais, o Jardim das Cidades Geminadas (inaugurado em 2009) e ainda o Jardim dos Sentimentos (inaugurado em 2007), onde se encontra a estátua Dor de Teixeira Lopes. Outros espaços aprazíveis são o Bosque, a Avenida dos Castanheiros-da-Índia e o Jardim do Roseiral que está enriquecido com significativos elementos do património artístico da cidade. Nas proximidades surgem sete magníficos exemplares de palmeiras da Califórnia.
Contíguos aos Jardins do Palácio de Cristal estão o Museu Romântico e o Solar do Vinho do Porto, ambos na Quinta da Macieirinha. Muito próximo encontra-se, também, a Quinta Tait, com jardins recheados de colecções de rosas, camélias, brincos-de-princesa e um majestoso Liriodendrum tulipifera que circundam a Casa Tait, onde funciona um Gabinete de Numismática.

Futuro

A 23 de Junho de 2009, foi aprovado um plano de reconversão do Pavilhão Rosa Mota que prevê a construção de um novo edifício para congressos empresariais na zona onde actualmente se situa o lago.[1] Esta obra tem sido alvo de contestação, tendo-se formado um Movimento de Defesa dos Jardins do Palácio.


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